Publicado por Último Segundo - Ciência
Americanos investiram US$ 48 bilhões em energia limpa no ano passado, um aumento de 42% em relação a 2010
Os Estados Unidos voltaram a assumir a liderança na corrida por energia
limpa, investindo US$ 48 bilhões no ano passado, superando a China, que detinha
o título de maior investidor desde 2009, revelou um estudo publicado em 11/04/2012.
O aumento de investimentos privados no país foi de 42% com relação a 2010,
assegurando a liderança mundial americana tanto em investimentos de "venture
capital" (capital de risco), como de pesquisa e desenvolvimento, revelou o
relatório anual da Pew Charitable Trusts sobre energia limpa.
No entanto, o 'boom' americano foi amplamente impulsionado pela caducidade de
incentivos fiscais, chamando a atenção para "um fenômeno persistente no qual o
país fracassa em inserir no mercado as inovações em energia limpa que cria em
laboratório", destacou o informe.
A China, que caiu para a segunda colocação,
investiu US$ 45,5 bilhões no ano passado, um aumento de 1% com relação a 2010,
mas manteve a liderança global em investimentos de energia eólica e fabricação
de componentes para a solar.
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Especialistas dizem que uma diferença importante entre os Estados Unidos e a
China está na forma como os dois países atraem investimentos: a China, por
adotar políticas verdes sólidas e reassegurando os investidores, e os Estados
Unidos por oferecer cortes de impostos para investimentos.
"A China conseguiu impulsionar seu crescimento com políticas de longo prazo
muito consistentes que realmente indicam aos investimentos que há uma
oportunidade de ganho para eles", explicou Phyllis Cuttino, diretor do Programa
de Energia Limpa do Instituto Pew.
"Os Estados Unidos não têm meta de energia renovável, mas dediciram tentar e
incentivar os investimentos em energia limpa através de uma variedade de
incentivos fiscais, créditos, subsídios, garantias de empréstimo", disse à
AFP.
Alguns destes programas foram instituídos durante o governo de George W. Bush
e alguns sob o governo do presidente Barack Obama, acrescentou.
"O que vimos este ano foi que investidores realmente correram para os Estados
Unidos para tirar vantagem destes créditos fiscais antes que expirassem",
acrescentou.
O relatório Pew, que tem como foco o investimento primário nos países do
Grupo dos 20 (G20), também demonstrou que o investimento total privado em nível
mundial subiu 6,5% com relação a 2010 chegando a um nível recorde de US$ 263
bilhões.
"Alemanha, Itália, Reino Unido e Índia também estavam entre os países que
foram mais bem sucedidos em atrair investimentos privados no ano passado",
acrescentou.
A Alemanha apareceu na terceira posição em 2011, depois de ter subido para o
segundo lugar em 2010, intensificando os investimentos nas energias solar e
eólica. Os investimentos privados caíram 5% no ano passado em comparação com
2010.
"A Alemanha agora obtém mais energia de fontes renováveis do que de energia
nuclear, de carvão ou gás natural", destacou o relatório, acrescentando que a
Itália também teve alta, superando a produção alemã de 7, gigawatts (GW) de
fonte solar.
A Itália instalou 8 GW de geradores solares em todo o país e os investimentos
cresceram 38% para US$ 28 bilhões, equilibrando declínios em outras partes da
Europa à medida que a região luta contra a crise da dívida.
"A Europa tem sido um líder tradicional em termos de atrair investimento
privado. No ano passado, atraiu US$ 99 bilhões em investimento privado como
região", afirmou Cuttino.
"Mas Ásia e Oceania são regiões do mundo que estão em rápido crescimento,
portanto continuamos pensando que o centro da economia da energia limpa esteja
se mudando para a região. Foram as segundas do mundo, ao atrair US$ 71 bilhões",
continuou.
A Índia teve a taxa mais elevada de crescimento entre os países do G20, com
investimentos que cresceram 54% para US$ 10,2 bilhões, amplamente conduzidas por
sua Missão Solar Nacional, que visa a instalar 20 GW até 2020.
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