quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Cidade dos EUA usa esterco para produzir eletricidade

Publicado por Revista Galileu
Por Rafael Tonon
Acredite ou não, esterco não serve só de adubo. Ele também gera eletricidade. A pequena Bridport (EUA) resolveu mostrar para o mundo que uma cidade pode produzir energia de esterco em escala. Hoje, mais de 400 famílias ali podem dizer que suas tomadas são alimentadas pelos restos da digestão das vacas. Tudo graças aos pecuaristas locais, que transformam os dejetos dos animais em energia elétrica.
A história chamou a atenção da cineasta Allison Gillette que decidiu fazer o documentário Cow Power. “O mais interessante desse projeto é que só existem benefícios: para a fazenda que ganha adubo, para os fazendeiros que economizam dinheiro e eletricidade e para todos os moradores, que ganham luz elétrica”, diz. Até 2020, Vermont espera gerar 30% de sua energia a partir do esterco.
A pioneira foi a Audet’s Blue SpruceFarm, que tem 500 cabeças de gado e produz queijo cheddar. Lá foi criado um biodigestor, um tanque de cinco metros de profundidade. Durante 21 dias, os dejetos ficam a 38 °C, mesma temperatura do corpo das vacas. Bactérias decompõem o material, que libera gás metano. Este alimenta um gerador que produz a eletricidade, usada na fazenda. O excedente vai para 250 casas próximas.
“Isso nos permite economizar cerca de US$ 2 mil por semana e ainda gera como subproduto um fertilizante inodoro que utilizamos nas plantas”, explica Marie Audet, uma das proprietárias. Depois da Blue Spruce, outras três fazendas construíram seus biodigestores, para economizar com energia e ajudar a comunidade. A companhia de energia local dá incentivos e descontos para quem quiser ter o seu sistema de esterco elétrico.
O documentário já está disponível nas lojas virtuais do iTunes e do Google Play, e deve entrar na programação do Netflix nos EUA até o final do mês. Allison espera incentivar outras comunidades rurais a se organizarem para produzir energia usando uma fonte renovável e quase inesgotável, ainda que um tanto malcheirosa.

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