Um projeto piloto de US$ 2 milhões apoiado pelo Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), membro do Grupo BID, vai ajudar famílias de baixa renda envolvidas no processamento do açaí no Pará, maior produtor da fruta no país, a se tornarem fornecedores de usinas de biomassa. O açaí é uma fruta típica da região amazônica e faz parte da dieta básica da população dessa região. A maior parte do processamento do açaí ocorre na capital, Belém.
O projeto tem o objetivo de incentivar a criação de uma rede de produtores de polpa de açaí e de catadores de lixo, que coletarão os caroços da fruta, que geralmene são descartados nas ruas da cidade, na rede de esgoto e nos rios. A intenção é criar uma indústria ligada à produção de biomassa que seja comercialmente viável, sustentável e inclusiva e que contribua para a redução da poluição causada pelo despejo ilegal do caroço e bagaço da fruta.Esta rede fornecerá o caroço para a VBA-Açaí, empresa que transformará caroços de açaí em briquetes, para que sejam aproveitados na produção de energia. A VBA-Açaí é a subsidiária brasileira da World Wide Recycling, empresa sediada na Holanda reconhecida pelo seu modelo de tratamento de resíduos sustentável.
“Essa abordagem inovadora será capaz de transformar um crescente problema ambiental em uma oportunidade de negócio verde”, disse Lorena Mejicanos Ríos, chefe da equipe do projeto no Fumin. “Esperamos que este projeto inspire a cultura da reciclagem e ofereça lições importantes para iniciativas semelhantes em toda a América Latina e no Caribe”, completou.
O projeto fornecerá assistência técnica e capacitação para cooperativas de catadores de material reciclável, além de desenvolver e implementar um plano logístico que inclui a criação de estações de coleta e transporte do material para VBA-Açaí. O projeto gerará novas oportunidades de renda para 2.400 produtores de polpa e 360 catadores de resíduos (a maioria mulheres) e contribuirá para a criação de 65 novos postos de trabalho na VBA-Açaí.
Além disso, o projeto pretende ser inserido no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo ou em outros programas alternativos de certificação de carbono, criando fluxos adicionais de renda para processadores de açaí e catadores de lixo por meio da venda de créditos de carbono.
O projeto mitigará a mudança climática ao reduzir a geração de metano, evitando a emissão de pelo menos 234 mil toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente nos 10 primeiros anos.
Publicado por Ambiente Energia
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